12/09/2019

Setembro Amarelo




{Ouça enquanto lê  }

Adiei muito a fazer esse post.

Adiei por não me sentir efetivamente curada da carreta emocional que passou por cima de mim.

Porém, como uma paciente em tratamento por transtornos psicológicos, me sinto na obrigação de relatar todo o meu processo e como o suicídio passa pela cabeça de no mínimo 2 a cada 3 pessoas que passam por qualquer doença psicológica.

Bem, durante alguns meses desse ano eu tinha um post it fixado no meu celular descrevendo "motivos para viver". A maior parte dos motivos são coisas cotidianas e que me fazem sentir feliz e grata por ter, Segue abaixo alguns deles:

- Abraçar alguma pessoa que eu amo
- Visitar meus avós e assistir algum programa de TV com eles
- Abraçar a minha gata
- Ir a um show com a minha prima, pois nos divertimos muito em shows
- Vestir minhas roupas mais estilosas
- Lembrar que é só uma fase e tudo isso vai passar!

São motivos cotidianos e que geralmente ninguém da muita bola, não é mesmo? Esse é o lado da doença psicológica que considero o lado do "copo meio cheio": passei a realmente querer passar tempo de qualidade fazendo o que amo e com quem amo! Essa doença não me fez buscar a cura apenas para um problema pontual. Talvez, eu esteja me curando de coisas que eu nem sabia que poderia estar guardando, o tal famoso: lixo emocional. O corpo joga pra fora mesmo! 

Passei e ainda passo noites em claro, com insônia. Porém, nem se compara com o inferno que já vivi de ir dormir sem saber se iria acordar. De ter crises homéricas de madrugada debaixo do chuveiro frio e em um impulso talvez eu desse cabo a minha própria vida ali mesmo. É duro admitir isso, mas é a realidade. A doença da mente faz você se distanciar de tudo que antes te dava alegria e prazer. Você se fecha e se torna ainda mais triste. Porém, SEMPRE há um restinho de energia ali pra gente se levantar e tentar mais uma vez. A esperança não pode morrer. É por isso que é tão importante uma rede de apoio pra essa pessoa que está vivendo em uma crise depressiva ou um transtorno de pânico, ou às vezes até mesmo os dois e outras várias doenças psicológicas que temos por aí. Você pode alimentar essa esperança na pessoa   ou você pode não fazer nada e ver a pessoa se afundar sozinha ali, pois muitos não vão ter forças de se erguer sozinhos. Talvez não seja fácil ajudar uma pessoa nessas condições, mas muitas vezes você pode salvar uma vida.

Eu deixo aqui um abraço muito apertado pra quem está passando por uma situação assim. Eu não sei qual é sua dor, mas vivi e convivo (de forma muito mais branda) uma dor que eu JAMAIS imaginei viver na vida! Deixo aqui toda a minha solidariedade a quem está em busca se tratamento e confie! É difícil mesmo se adaptar aos remédios (quando necessário), é difícil fazer exercícios físicos (é maravilhoso para o tratamento de doenças psicológicas) e é difícil achar um psicologo que se encaixe conosco ( é imprescindível pra quem está se tratando e para todos que são rede de apoio), mas a gente se encontra no meio de tudo isso e realmente o período punk passa! Confie! Desejo luz a todos vocês! 

Em caso de emergência, ligue para o Centro de Valorização a Vida: 188

13/05/2019

5 Formas de Praticar o Autocuidado


Durante muito tempo acreditei que se encaixar seria a melhor opção para me sentir pertencente e ter a validação dos outros - que para uma adolescente é algo importante - e isso me rendeu muitas futuras sessões de terapia para serem desmistificadas.

Hoje me sinto autoconfiante com a imagem que contruí - interna e externamente - e com o que vejo no espelho, porém, há aqueles dias que nada parece estar bom o suficiente, não é mesmo? Por esse motivo, escolhi fazer uma lista das 5 coisas que costumo fazer para espantar a bad vibe e me reconectar comigo novamente.


1 - Colocar um cantor/banda/playlist que faça você se sentir bem

Sempre fui uma pessoa muito sensorial, vocês verão ao longo dessa lista, mas acho que esse é o melhor caminho para a gente focar no presente: sentir o que está acontecendo no momento. A música tem efeitos psíquicos benéficos ao cérebro, isso já foi, inclusive, comprovado cientificamente, então, porque não usar?

Minhas músicas favoritas para esses momentos são: Ai, Amor - Anavitória, Don't Look Back in Anger - Oasis, Just Breath - Pearl Jam, Book of Shadows - Jakk Wylde (full album).


2 - Fazer algumas posições de Yoga 


Comecei fazendo yoga com algumas aulas que assisti pelo Youtube e simplesmente me apaixonei! Funciona tão bem quanto uma massagem relaxante, além de trazer benefícios físicos para o nosso corpo. É uma prática que fez toda a diferença em minha rotina!


3 - Tomar um banho com esfoliantes ou produtos que tenham aromas que te façam se sentir bem

Sentir cheiros que você goste em sua pele faz você se sentir bem, mas alguns aromas específicos, como de lavanda, erva-doce e algumas herbais trazem um frescor e da uma acalmada na pele. Gosto também de ascender um incenso ou uma vela aromática no banheiro para tomar um banho de aromas, literalmente, hahaha!

A natura tem uma linha sensacional de esfoliantes que sempre estão em promoção! O de Frutas Vermelhas é o meu favorito. Mas, se você estiver ruim de grana, pode misturar açúcar com algum tipo de erva desidratada, tipo alecrim, hortelã, que funciona da mesma forma.


4 - Aplicar uma máscara facial e fazer as unhas

Essa é uma das práticas que mais amo, pois me sinto realmente cuidando de mim! Sem contar que é uma distração que volta o nosso foco todo para o que estamos fazendo. Sempre escolho cores alegres para me animar um pouco mais.


5 - Cozinhar para mim uma comida que eu gosto

Essa se aplica para comprar a comida que você goste também, pois, nem todo mundo curte cozinha, não é mesmo? Porém, eu amo e me sinto totalmente conectada quando estou cozinhando. Quando não quero nada muito elaborado, faço um strogonoff de frango com curry com batata-palha e tudo fica mais feliz, hahaha.

Gosto de fazer essa listinha pelo menos 1 vez a cada 10 dias, porém, confesso que faço praticamente 1 vez por semana, quando tenho tempo. É uma forma de nos tratar com mais carinho, como se fossemos nossas melhores amigas mesmo, sabem?

Espero que tenham gostado e comentem aqui abaixo o que costumam fazer na rotina de vocês para que vocês se sintam melhor também!

12/04/2019

Como minhas tatuagens fortaleceram minha autoestima!

Quando eu era adolescente, passei por diversas questões internas graças ao padrão de beleza desgastante imposto por nossa sociedade. Eu não gostava dos meus braços, da minha barriga, da minha coxa e até mesmo da minha canela! Os anos foram se passando e eu tinha que aprender a lidar com esse corpo que eu continuava a odiar. Foram anos para eu começar a ver beleza no que ninguém julgava como belo. Para me auxiliar neste processo, pensei: e se eu fizer desenhos sobre as partes que eu menos gosto do meu corpo? E, assim, surgiram as minhas primeiras tatuagens.

Como esse era um processo que me deixaria muito exposta, optei por começar a tatuar com mulheres. Afinal, pra mim, elas iriam respeitar o meu corpo, as minhas escolhas e os desenhos que eu escolheria. Pensei certo, porque depois de 9 tatuagens, todas as minhas experiências foram incríveis! A tatuagem é um ramo dominado pela mão de obra masculina, como quase tudo nesse mundo, infelizmente. Porém, se você tiver a oportunidade de tatuar com mulheres, se curtir o trabalho, quiser procurar desenhos singulares, tenho certeza que não irão se arrepender! Cada desenho meu foi feito com muito cuidado, com muita gentileza e eu não me arrependo de nenhum dos que fiz!

Todas as minhas tatuagens foram um processo de cura. Comecei pelas canelas, que eu achava engraçado odiar quando nova. Depois fui para o braço, que sempre foi uma herança genética um braço gordinho. Logo em seguida, fiz uma na coxa, uma coxa normal, com celulites normais, mas que antigamente não era bem aceita por mim, porém, após fazer a minha sereia, se tornou uma das partes que mais amo em meu corpo! Por fim, um dos processos mais difíceis de cura, pois, passei uma vida inteira dizendo que odiava: meus seios. Fiz uma flor de lótus entre eles que, segundo o Budismo, significa: pureza do corpo e da mente. E, de fato, esse processo de cura me trouxe uma leveza incomparável!





Meu corpo conta uma história que só eu sei ler. Cada pedacinho de mim é sobre como batalhei para me transformar no que sou hoje. Nunca foi fácil, mas vale a pena! Meu corpo é meu templo mais sagrado e é com imensa alegria e gratidão que tenho a Deus por ser exatamente do jeito que eu sou. Até nossas imperfeições mostram uma beleza única e individual!

09/04/2019

Quando, involuntariamente, a mente comanda o corpo!







[Ouça enquanto leia]




Todos os dias eu penso em escrever sobre minha experiência vivendo com transtorno de pânico, mas, graças ao recurso de fuga e esquiva minha mente pensa: melhor deixar para outro dia. Pois bem, esse dia chegou. Leia com calma e saiba que no fim a reflexão será positiva.

Eu pensei que tudo tivesse seu começo no início deste ano de 2019, em janeiro, durante uma viagem de férias. Era para tudo ser perfeito e eu me divertir, não é mesmo? Pois bem, era. Quem possui transtorno de ansiedade convive diariamente com uma mistura de medo e sentimento de que gostaria que tudo desacelerasse a todo momento. Infelizmente, temos uma grande dificuldade de vivenciar o presente. Machuca demais pensar todos os dias que não se tem controle de nada, que tudo pode desaparecer em questão de um piscar de olhos, ou em um estalar de dedos, como Thanos fez em Guerra Infinita. Só que diferente dos quadrinhos, na cabeça de um ansioso, não teríamos a chance de retornar ao passado. A gente imagina perdendo tudo: família, amigos, amores, vida. Tudo. Talvez, seja para conseguir estar preparado quando alguma dessas coisas um dia aconteçam. Porém, o sofrimento é prolongado, porque a gente passa a vida convivendo com essa dor do que nem ainda aconteceu.

A minha primeira crise foi uma das piores situações que já vivi na vida! Corpo formigando, coração palpitando, suor frio nas mãos, tremedeira, e por aí vai... Tinha certeza que era infarto, porque nunca havia sentido nada parecido. Mas, também, depois de uma vida inteira somando pensamentos ansiosos, claro que essa panela de pressão um dia estouraria. O que não te contam é que depois da crise você se torna outra pessoa, parece que vira uma chave. Você para de fazer o que gosta e só quer ficar dentro de casa. Você tem medo de ter novas crises, você tem medo de si. Você é quase vencido pelo cansaço da sua mente.  Bem, ás vezes ela ganha, mas tudo bem, a gente aprende e muito com as derrotas. O transtorno de pânico passa por sua vida que nem um Tsunami e vai lavando tudo da frente e só resta as pessoas que realmente te amam.

Ah, o amor, esse aí é um potentíssimo remédio contra qualquer transtorno mental! O amor me fez ter força, me fez acreditar que eu consigo enfrentar até a minha crise mais forte, porque logo em seguida eu tenho alguém para me abraçar enquanto eu choro, ou fazer um Toddy quentinho para mim. O amor cura, meus amigos. (Obrigada a todos, sempre! 💜)

No fim das contas, o amor me fez ver que, na verdade, eu sou uma privilegiada por ter transtorno de pânico, sabe por quê? Quando estou bem, me sinto tão feliz que quero chorar de felicidade. Ela me fez apreciar tanto os momentos que me sinto bem em um nível catártico, onde eu os vivencio com muita intensidade e com uma total entrega. Me sinto mais livre hoje, com transtorno de pânico, do que quando não o tinha. É louco dizer isso e jamais quero romantizar essa doença, porque eu sofro sim, mas quando estou bem, me sinto plenamente feliz!

O mantra de todo ansioso deveria ser: apenas respire!

ALERTA: É importante demais conciliar terapia e medicação para que se consiga uma estabilidade! Ainda não considero meu transtorno estabilizado, mas a cada dia, a cada conquista, me sinto mais fortalecida! Nada seria de mim sem amor, sem a medicação e sem minha psicóloga. Sendo assim, se você se identificou com alguns ou a maior parte das sensações citadas, recomendo fortemente procurar ajuda. E, lembre-se: tudo passa!

 
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